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O Programa de Apoio às Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) não é apenas uma iniciativa: é um esforço COLETIVO direcionado ao desenvolvimento econômico, social, estrutural e ambiental das regiões do Paraná. Este coletivo visa conectar o local ao global de maneira sustentável, oferecendo oportunidades e suporte aos produtores e prestadores de serviços, com foco especial aos jovens, mulheres e comunidades tradicionais do estado do Paraná ao longo de todo o processo.

Desde sua concepção, o VRS tem ido além de estratégias comerciais, buscando dar voz às comunidades locais e proteger os recursos naturais das regiões, reconhecendo sua importância para a sustentabilidade e a conservação da biodiversidade. Diante dos desafios apresentados pela pandemia de COVID-19, o VRS surgiu como uma resposta inovadora, reconhecendo no litoral paranaense, piloto do projeto, não apenas um cenário deslumbrante, mas também um potencial pouco explorado para a implementação de metodologias destinadas a promover cadeias de valor sustentáveis. Essas metodologias, já aplicadas na Amazônia no contexto brasileiro, foram adaptadas através da colaboração de um corpo técnico multidisciplinar para se adequar ao contexto paranaense.

O trabalho realizado na Mata Atlântica envolve os municípios de Antonina, Guaraqueçaba e Morretes, integrando os municípios e suas cadeias de valor que possuem características semelhantes, dado as particularidades ambientais do território e do contexto histórico-cultural de desenvolvimento dos municípios. As cadeias definidas em conjunto com os atores locais incluíram a banana, a mandioca, a pupunha, a juçara e frutos sazonais, além do turismo.

Através de estudos conduzidos pela equipe da Fundação de Apoio da Universidade Estadual do Centro Oeste (FAU UNICENTRO), em colaboração com pesquisadores do Setor Litoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foram identificados desafios e entraves na organização comunitária, especialmente relacionados ao associativismo e cooperativismo. No entanto, os dados coletados sugeriram alternativas por meio da integração entre produtos regionais e turismo através do desenvolvimento de uma MARCA COLETIVA regional, ferramenta que vai de encontro com a essência e os propósitos do Programa.

As marcas coletivas são aquelas que têm como objetivo principal informar aos consumidores que os produtos ou serviços associados a elas são provenientes de membros de uma entidade específica. Por meio dessa identificação, essas marcas diferenciam esses produtos ou serviços de outros similares, dando visibilidade a sua origem. No contexto brasileiro, o uso de marcas coletivas ainda é pouco comum entre as organizações que representam agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, mas as novas discussões e atualizações dos processos de registro demonstram um grande potencial desta ferramenta para contribuir com o desenvolvimento das organizações ligadas à agricultura familiar.

Após discussões com parceiros e atores da governança local, e validação de hipóteses durante oficinas com a comunidade, a estratégia definida foi o desenvolvimento dos produtos vocacionais da região através da Rota Caiçara, uma rota de cicloturismo que conecta os sete municípios do litoral. Esta iniciativa possibilitará a identificação dos produtos regionais por meio de uma marca coletiva que reconhece o potencial regional do ponto de vista produtivo e turístico. Além do cicloturismo, as pesquisas demonstraram o potencial de inclusão do Turismo de Base Comunitária (TBC) na marca coletiva. Mais do que um conceito, o TBC é considerado uma Tecnologia Social.

Para o Ministério do Turismo, o TBC “é compreendido como um modelo de desenvolvimento turístico orientado pelos princípios da economia solidária, associativismo, valorização da cultura local e protagonizado pelas comunidades” (BRASIL, 2004). Assim, o projeto visa criar uma rede de TBC regional associada à marca coletiva, justamente porque a pesquisa realizada indicou a necessidade do desenvolvimento do ecoturismo com ênfase na vivência intercultural, fator essencial para o desenvolvimento sustentável. O projeto está em tramitação, envolve mais de vinte parceiros institucionais, e está ganhando visibilidade em eventos e na busca por novas parcerias.

Ao longo de sua jornada, o VRS tem alcançado resultados significativos, não apenas em termos de crescimento econômico, mas também em impacto social. Parcerias entre instituições públicas, privadas e sociedade civil têm fortalecido o papel das comunidades locais como agentes ativos de mudança, capacitando-as para a gestão sustentável de recursos e o desenvolvimento de iniciativas empreendedoras. Além disso, políticas públicas de apoio à comercialização também têm sido identificadas e construídas dentro do estado, promovendo cadeias de valor e negócios sustentáveis.

Fazer parte do VRS não é apenas aderir a um programa: é comprometer-se com um futuro mais inclusivo, justo e sustentável para os paranaenses. É acreditar que juntos podemos construir um futuro próspero e alinhado com as realidades locais, onde gestão pública e desenvolvimento regional estão integrados à preservação ambiental, à cooperação entre os diversos atores e ao bem-estar das comunidades locais. Isso é o poder do coletivo. Isso é VRS.

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