Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, o bioma abrange cerca de 15% do território nacional, em 17 estados e dele dependem serviços essenciais como abastecimento de água, regulação do clima, agricultura, pesca, energia elétrica e turismo. Porém, hoje restam apenas 24% da floresta que existia originalmente, sendo que apenas 12,4% é formada por vegetação madura e bem preservada.
Em todos os estados que a Mata Atlântica reside, a presença da Palmeira Juçara (Euterpe edulis) exerce um papel crucial na manutenção desse ecossistema único. A Palmeira Juçara é uma planta nativa deste bioma e desempenha uma série de funções vitais que contribuem para a segurança ecológica da região, como a conservação da biodiversidade, proteção do solo, dos recursos hídricos e a mitigação das mudanças climáticas, porém, por causa da intensa exploração do palmito de Juçara a partir da década de 70, a espécie encontra-se ameaçada de extinção, devido a morte da planta após o corte. Uma das soluções para a continuidade da espécie, é o manejo sustentável dos frutos e o amparo legal contra a extração do palmito.
Fonte: Reis & Kageyama, “Euterpe edulis Martius (Palmiteiro) – Biologia, Conservação e Manejo”, 2000
Além dos benefícios ecológicos, os frutos da Palmeira Juçara são considerados ricos em em nutrientes e apresentam propriedades antioxidantes, que podem ajudar na prevenção de doenças e na promoção do bem-estar geral se consumidas regularmente (especialmente na saúde cardiovascular, o sistema imunológico e a promoção da saúde digestiva).
Salvo sua importância ecológica e nutricional, a Palmeira Juçara desempenha um papel significativo na geração de renda, segurança social e desenvolvimento econômico sustentável das comunidades locais. O Programa VRS reconhece o potencial do cultivo e da comercialização dos frutos da Palmeira Juçara para as comunidades locais, contribuindo para sua resiliência e prosperidade.
As ações do programa na cadeia de valor da Juçara, favorecem a geração de emprego e renda, através do cultivo, colheita, processamento e comercialização dos frutos. A manufatura e o comércio podem levar ao desenvolvimento de indústrias locais, com a produção de polpas, sucos, sorvetes, doces, pigmentos, óleos, extratos e diversos outros tipos de produtos. Através destas realizações o programa VRS facilita o empoderamento e autonomia das comunidades locais, permitindo que elas controlem e protejam os recursos naturais com foco na sustentabilidade. Desta forma, espera-se fortalecer os laços sociais, ambientais e econômicos, contribuindo para uma maior equidade e resiliência comunitária.
Em suma, o programa VRS trabalha com a cadeia de valor da Palmeira Juçara no território VRS Mata Atlântica não apenas por desempenhar um papel vital na preservação da floresta e na promoção da saúde humana, mas também, por oferecer oportunidades significativas para o desenvolvimento econômico e social das comunidades tradicionais paranaenses. Sabemos que ao valorizar e investir no cultivo e na comercialização sustentável destes frutos, podemos promover um modelo de desenvolvimento que seja ao mesmo tempo ambientalmente responsável, socialmente inclusivo e economicamente viável.
Referências: