Mais de 200 produtores locais e empresários da Região Sul do Estado participaram nesta quarta-feira (05) da 2ª Oficina do Pinhão do programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS), da Invest Paraná. A oficina, realizada no município de Inácio Martins, ofereceu palestras, trocas de experiência e treinamentos gratuitos com especialistas da área.
A oficina VRS apresentou aos participantes a possibilidade de manter o mercado do pinhão não apenas em sua época de colheita, mas durante o ano inteiro. Para isso, é preciso beneficiar a semente da araucária, que pode ser pré-cozida e embalada à vácuo, transformada em farinha ou em outros produtos derivados. Outro foco importante da oficina foi impulsionar o senso de pertencimentos e consolidar o mercado, já que poucos produtores se consideram, de fato, produtores de pinhão, mesmo com araucárias e colheita regular em suas propriedades.
A organização da oficina contou com apoio da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Embrapa e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR). A Secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, participou do evento e destacou o protagonismo das mulheres no desenvolvimento dessa cadeia de valor que envolve o cultivo do pinhão. “Esse processo vai oportunizar para as mulheres paranaenses, para as comunidades tradicionais e povos originários, a garantia da geração de renda, riqueza e prosperidade”, define a secretária.
Inácio Martins, onde aconteceu a Oficina VRS, é a maior produtora de pinhão do Paraná, com colheita de 700 toneladas da semente em 2021. A cidade receberá a instalação de uma unidade de processamento de pinhão, que deverá adquirir as sementes dos produtores locais e beneficiá-las, para ter valor agregado. O prefeito de Inácio Martins, Edemetrio Benato Junior, afirma que o município “sai na frente, mas quem ganha é toda a região”. Sobre a oficina realizada nesta semana, o prefeito disse estar muito feliz em receber o evento: “O público e os parceiros realmente estão entusiasmados em desenvolver o que nós temos de melhor, que é a nossa natureza, a nossa ecologia, através do agricultor que preservou e hoje produz o pinhão.
O pinhão e a araucária exercem um importante papel de valorização local nos âmbitos ambiental, social, cultural e econômico, conforme avalia o pesquisador da Embrapa Florestas, Ivar Wendling. “Iniciativas como essa são interessantes, na medida em que elas tentam organizar cadeias produtivas muito incipientes, muito iniciantes, para elas se fortalecerem desde a produção até a pós-produção”, explica.
Vera Suguihiro, Coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Gestão Pública da Universidade Estadual de Londrina (Nigep – UEL), avaliou positivamente a oficina: “O evento foi um sucesso já esperado”. Suguihiro ainda salienta a importância da sustentabilidade no desenvolvimento econômico regional e que a ação promovida pelo VRS proporciona os caminhos para isso, respeitando as particularidades de cada cadeia e região produtiva. “Com essa ação, nós aprendemos muito com a experiência que esses produtores têm, e dividimos conhecimento para que realmente o pinhão ganhe enquanto um produto e venha a contribuir para o desenvolvimento da cadeia produtiva”.
A Oficina VRS tem o papel de impulsionar a cadeia produtiva do Pinhão e desenvolver economicamente as comunidades tradicionais, faxinalenses, quilombolas e pequenos agricultores, segundo a representante da Superintendência de Diálogo e Interação Social (Sudis), Desireé B. Santiago: “A Sudis está muito feliz com esse projeto, em ser parceira do VRS no diálogo com essas comunidades e a gente está aqui para continuar o projeto, expandir para o Paraná inteiro e para todas as nossas vocações regionais”.